'Fiz tudo o que estava a meu alcance', diz mãe de adolescente de Santa Maria que morreu após supostas agressões

Foi sepultado na manhã desta quinta-feira oadolescente que morreu no PA do Patronato na última quarta-feira. A morte de Rodrigo Rodrigues Alves, 17 anos, está sendo investigada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), que aguarda o resultado da necropsia para apontar as causas da morte.

De acordo com a delegada Carla Dolores Castro de Almeida, se ficar comprovado que o adolescente morreu em função das lesões provenientes de agressão, o caso deverá ser tratado como lesão corporal seguida de morte. Para Jocemira Rooder Rodrigues, mãe de Rodrigo, o filho morreu em função de uma hemorragia interna decorrente de uma possível agressão.

_ Ele estava fraco, não conseguia andar, estava desidratado, com as unhas das mãos e dos pés roxas e a pele estava com a cor amarelada. Os médicos precisaram colocar ele no oxigênio, pois não conseguia nem respirar sozinho. Antes de morrer, ele estava ardendo em febre. Foi quando ele adormeceu, e eu pensei que ele tinha melhorado. Mas logo em seguida, ele começou a revirar os olhos e a morder os lábios. Gritei para a enfermeira e para os médicos. Eles tentaram reanimar meu filho, mas ele já tinha parado de respirar _ conta.

À mãe, o adolescente teria dito que levou dois chutes de um vizinho de 11 anos com quem brincava no sábado à tarde, e que começou a sentir dores nas costas e na região abdominal só pela noite.

_ Eu não sei do que o meu filho morreu. Só queria ajudar ele. Fiz tudo o que estava ao meu alcance. Agora só sinto a falta dele _ lamenta.

A delegada Carla não confirma a idade do suspeito de ter agredido Rodrigo, mas afirma que ele deve ser ouvido ainda nos próximos dias.

O caso

Na última quarta-feira, uma ocorrência policial foi registrada pelo pai do adolescente. No registro, há relatos de que Rodrigo teria sido agredido por um vizinho no bairro Alto da Boa Vista no último sábado. Depois da agressão, começou a passar mal e foi levado ao Pronto-Atendimento (PA) do bairro Patronato.

Ele passou por atendimento médico, ficou em observação e recebeu alta na madrugada da segunda-feira. Em casa, começou a sentir dores e a passar mal, vomitando sangue. O adolescente foi levado então ao PA do bairro Tancredo Neves. Após passar por exames, foi encaminhado em regime de urgência para o PA do Patronato, na última quarta-feira, onde seria feito um hemograma. No PA do Patronato, o quadro do adolescente piorou e ele veio a falecer.